quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

".SINTO-ME SÓ ...
SINTO-ME TRISTE...

SINTO QUE PERDI...

PORQUE,

OUTRA VEZ NÃO QUERO...

SEM MOTIVOS VOLTAR A CAIR...

É PROFUNDO!

NÃO QUERO...

VOLTAR A ENTRAR".

AUTOR: GABRIEL
A VISÃO

Quem terá visto algo que em realidade existe,
 mas não se manifesta?








Quem terá visto o que se manifesta no coração,
 mas não repousa nos lábios?
Quem terá visto aquele que é a realidade do mundo,
mas não se encontra no mundo?
Quem terá visto na existência e na não-existência uma tal não-existência?

Rumi
 — 
".Aquele que nunca viu a tristeza, 








nunca reconhecerá a alegria."
Toda forma que vês
tem seu arquétipo no mundo sem-lugar.







Se a forma esvanece, não importa,
permanece o original.

As belas figuras que viste,
as sábias palavras que escutaste,
não te entristeças se pereceram.

Enquanto a fonte é abundante,
o rio dá água sem cessar.
Por que te lamentas se nenhum dos
dois se detém?

A alma é a fonte,
e as coisas criadas, os rios.
Enquanto a fonte jorra, correm os rios.
Tira da cabeça todo o pesar
e sorve aos borbotões a água deste rio.
Que a água não seca, ela não tem fim.

Desde que chegaste ao mundo do ser,
uma escada foi posta diante de ti,
para que escapasses.
Primeiro, foste mineral;
depois, te tornaste planta,
e mais tarde, animal.
Como pode ser isto segredo para ti?

Finalmente foste feito homem,
com conhecimento, razão e fé.
Contempla teu corpo; um punhado de pó
vê quão perfeito se tornou!

Quando tiveres cumprido tua jornada,
decerto hás de regressar como anjo;
depois disso, terás terminado de vez com a terra,
e tua estação há de ser o céu.

Passa de novo pela vida angelical,
entra naquele oceano,
e que tua gota se torne o mar,
cem vezes maior que o Mar de Omã.

Abandona este filho que chamas corpo
e diz sempre Um; com toda a alma.
Se teu corpo envelhece, que importa?
Ainda é fresca tua alma.
Jalal ud-Din Rumi
 —
o discípulo que instruiu o mestre.




Sou a alma que ontem nasceu no mundo
e no mesmo instante criou este mundo vetusto.

Sou a cera orgulhosa que fez o ferro virar aço.
Passei unguento nos olhos dos cegos
e ensinei homens de curto entendimento.

Sou a nuvem negra que trouxe alegria
da noite de dor ao dia de festa.

Sou a terra milagrosa
que pelo fogo do amo se elevou
e tocou a mente do céu.

Noite passada, o rei não dormiu,
contente de saber que eu, o escravo, dele me lembrei.

Não me culpes se sou escandaloso e lavrei justiça,
foste tu que me embriagaste.

Silêncio, que o espelho se desgasta;
quando soprei sobre ele,
 —
Noite.
Entro, na noite.

Porque na noite,

Tu estás.











Caio, na noite…

Como quem cai nos teus braços.

Quero-me, na noite.

Sim, quero-me, na noite

Porque na noite,

Tu queres-me contigo.



Amo a noite.

Porque amar a noite,

É amar amar-te…



Que ninguém me aparte da noite,

Se só na noite teu corpo é

Uno, com o meu.



Ai de quem puxe as cordas à Madrugada!



(Carmen)
Tocaste a órbita do coração celeste,
agora fica aqui.

Pudeste ver a lua nova
agora fica.

Sofreste em excesso por tua ignorância,
carregaste teus trapos
para um lado e para outro,
agora fica aqui.

Teu tempo acabou.
Escutaste tudo o que se pode dizer
sobre a beleza desse amante,
fica aqui agora.

Juraste em teu coração
que havia leite nesses seios,
agora que provaste desse leite,
fica.

Jalaluddin Rumi